A seleção natural afeta a própria capacidade de um organismo se desenvolver?

A seleção natural afeta a própria capacidade de um organismo se desenvolver?

Para onde quer que olhemos no mundo natural, encontramos evidências da seleção natural. Os cientistas sabem que a seleção natural determina como os animais e as plantas se desenvolvem e se adaptam. Mas a seleção natural afeta a própria capacidade de um organismo se desenvolver? E se sim, em que medida?

Uma nova pesquisa, publicada na revista Science, sugere algumas respostas inesperadas para essa pergunta. Um grupo de pesquisadores liderado por Andreas Wagner, da Universidade de Zurique, expôs as populações da proteína fluorescente amarela de invertebrados marinhos a vários tipos de pressão de seleção - fraca e forte - para descobrir qual delas é mais eficaz para aumentar a evolução.

O objetivo final da evolução experimental era forçar as populações de proteínas a evoluir de fluorescência amarela para verde. Os cientistas descobriram que o grupo rigorosamente selecionado ganhou a corrida para a evolução verde porque essas populações sofreram mutações que as tornaram mais resilientes e, portanto, mais capazes de desenvolvimento.

“Até onde sabemos, esta é a primeira evidência experimental de que a seleção pode controlar a capacidade de adaptação em um sentido darwiniano e aumentar a evolução”, diz Andreas Wagner. “Ainda há pessoas que duvidam da realidade da evolução. Mas não estamos apenas olhando para fósseis que possuem registros históricos. Estamos vendo evolução no laboratório. "

Uma vez que é amplamente acreditado no campo da biologia evolutiva que a seleção fraca beneficia a capacidade de desenvolvimento de um organismo, a descoberta do grupo de que a seleção forte leva a uma maior resiliência - um requisito fundamental para o sucesso evolutivo - foi uma surpresa, acrescenta.

Os pesquisadores notaram que, como resultado de uma forte seleção, mutações se acumularam em proteínas que aumentaram em maior medida sua resistência.

“Esta descoberta foi uma verdadeira surpresa para mim porque mostrou que a seleção por adequação não contradiz a seleção por sustentabilidade, o que contrasta com trabalhos anteriores”, afirmam os cientistas.

Enquanto a maioria das mutações que as proteínas encontram perturbam sua estabilidade ou capacidade de se dobrar adequadamente, as mutações que aumentam a resistência na verdade mitigam esses efeitos deletérios. Proteínas confiáveis ​​têm maior probabilidade de funcionar e, assim, desenvolver novas propriedades.

Os cientistas esperam que este estudo ajude a resolver um antigo debate sobre se a capacidade de evolução de um organismo pode evoluir.

“Algumas pessoas pensaram que a seleção natural para a evolução não deveria ser muito direta - deveria ser cancelada pela seleção para adequação”, diz Andreas Wagner. “Mas agora temos uma situação em que as duas coisas andam de mãos dadas. Em outras palavras, não há necessidade dessa disputa. "